Nosso cotidiano é marcado por uma serie linear de acontecimentos, acordamos e automaticamente já sabemos para onde vamos, o que fazer, a rua ou atalho que seja mais perto e mais cômodo para ir ao lugar desejado. Porém quando a nossa rotina é alterada, nossa reação natural é questionar e reclamar. Afinal de contas deveria estar tudo ali naquele mesmo local em pleno dispor para que a vida siga normalmente sem nenhuma preocupação.
Mas seria muito cômodo pensar assim. E como ficam as pessoas que influenciam para que nossa vida siga normalmente? Ah! Elas existem? Só percebemos que esses profissionais existem, quando eles nos faltam. Caminhar numa rua suja, precisar de policiamento, ficar sem aula seja na escola ou na Universidade, precisar do transporte coletivo, atendimento médico, seja lá o que for. Precisar e não poder desfrutar, pois os serviços estão suspensos temporariamente.
A idéia é logo de indignação, afinal é bem mais fácil pensar particularmente, EU preciso, EU quero. E nenhum momento passa pela mente que as greves são necessárias para que a qualidade dos serviços prestados melhore, o atendimento, os recursos utilizados, as condições de trabalho, os salários. Tudo isso contribui para que toda a sociedade desfrute de bons serviços, pois um profissional realizado trabalha melhor.
Mesmo vivendo numa sociedade em que a maioria dos cidadãos é assalariada, é indispensável que os mesmos tenham o direito de buscar a melhora do seu ambiente de trabalho, isso é exercer a cidadania. E se por algum momento acharmos que isso é inutilidade, teremos mergulhado no mar da alienação, da aceitação, coisa que não cabe a nós seres pensantes, que temos todo o direito de criticar, reivindicar e mudar a situação. Ou simplesmente nos isentar do problema e dizer que nada temos haver com aquilo, desconsiderando que fazer greve foi um direito conquistado, muitos antes de nós lutaram para que isso se tornasse realidade.
Cabe a todos se unirem, pois ao fim das contas, todos serão beneficiados. Sabe-se que há um transtorno quando as greves acontecem, contudo atitudes drásticas devem ser tomadas em nome do bem estar comum, e do não sucateamento dos serviços públicos e particular. Deve-se pensar e considerar o caso em longo prazo. E não condenar essas pessoas por estarem em pleno exercício do seu direito como cidadão, numa nação que diz ser democrática.
63ª Edição Opinativa - Greve: Solução ou inutilidade?